Eis que a morte se fez um tronolonge, numa cidade estranha e silente,no extremo do mais fundo Ocidente,onde o bom, o mau, o são e o doentedormem seu sono eternamente.Lá palácios, torres, monumentos (pedras roídas pelo tempo, mas altivas!)em nada se parecem com o que temos.Em volta, pelos ventos esquecidasimóveis, tristes, desvividasdormem as águas sob os firmamentos.Nenhum raio de sol cai sobre elae a cidade muda na noite langue.Mas um clarão no mar, tinto de sangue,ilumina soturno janela por janela,esplende no alto dos domos distantes,galga obeliscos e colunas e portais,escala babilônicas paredes imemoriais em espirais,e pousa seu hálito nas muralhas imanes, instala sua presençanas esculturas de heras trepadeiras, colossais triunfaisnas grinaldas pétreas de flores imortaise nos altares que ninguém vai venerar,em cujos frisos continuam a se enredarlilases, violetas, lírios e parreiras.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
Poe, sobre o mito de Atlântida:
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