sábado, 23 de dezembro de 2017

Essas pedradas

Fora alguns discos brevemente comentados ao longo do ano, vai uma lista rápida com algumas pedradas sonoras que detonaram minha audição nesse sólido 2017.

Emperor Of Sand, Mastodon. O ano começou de verdade com o novo do Pain Of Salvation e aquele disco criou um grande problema para todos os outros artistas, pois In The Passing Light Of Day é a melhor arte sonora do ano, simples assim. Mas aí veio Mastodon, e se tivesse que haver uma luta, ela seria equilibrada por demais. Ancient Kingdom, Clandestiny e Precious Stones são de outro mundo, mas o bicho pega mesmo é na Roots Remain. Recomendo essa resenha formidável para o curioso insaciável. 


Legends Of The Shires, Threshold. Metal progressivo limpo, sossegado. Um disco duplo com mais de uma hora de som, mas que pulsa tão redondo que faz parecer menos tempo. Melodias que do nada você se vê prestando atenção. Destaque para Stars And Satellites, Lost In Translation, Superior Machine e a grudenta Subliminal Freeways.


Medusa, Paradise Lost. Uma das minhas bandas preferidas nesses últimos anos, logo, a expectativa estava grande para o novo trampo. Se tivesse metade da qualidade do disco anterior, aquele inumano The Plague Within, então já seria um puta trabalho. Melhor ainda sendo de qualidade equivalente, e é o que acontece. A dupla de guitarristas é maligna de boa, os golpes arrastados, os solos, que Woden abençoe eles. Blood & Chaos, Until The Grave e The Longest Winter funcionam bem, mas Fearless Sky é a real peça de ouro aqui. 


No Stars Upon The Bridge, Hallatar. Ainda no clima arrastado, guitarra melódica, vocal limpo e guturais, aqui temos um projeto novo, criado a partir de outro, o Trees Of Eternity — um play sensacional do ano passado, que tocava na alma, fatalmente encerrado quando a vocalista Aleah Stanbridge faleceu. Hallatar segue como um legado, contando principalmente com Tomi Joutsen, do Amorphis, nos vocais. É um grande luto musicalizado, mais forte nas canções com vocais femininos, como em My Mistake (com Heike Langhans) e Dreams Burn Down (com a própria Aleah). Destaque também para a quieta e breve Severed Eyes.  


The First Corpse On The Moon, Lethe. Um rock progressivo ambiente psicodélico pop eletrônico, mais ou menos. Não sei explicar o porquê dele ter dado tão certo comigo, além do fato de ter Anna Murphy, óbvio. Acho que foi mais pela descoberta de algo novo, hm. Além da faixa título, vale uma audição cuidadosa nas Inexorbitant Future, My Doom e Snow.


The Grinding Wheel, Overkill. Talvez seja necessário mais de uma audição para sacar a genialidade raivosa deste disco. Os caras continuam rápidos e estridentes como sempre, mas agora com algumas músicas mais esticadas como Mean, Green, Killing Machine, The Long Road e a sensacional faixa título. Outro grande momento está com a divertida Let's All Go To Hades. Overkill simplesmente não decepciona. 


The Rise Of Chaos, Accept. Não tem como medir a energia desses caras. Por quarenta minutos, é pedrada atrás de pedrada, rachaduras novas nas paredes e eternos piiiis nos tímpanos. Aula de metal? Tá aqui! É impossível superar o Blood Of The Nations, de 2010, mas este trabalho chegou perto, sem brincadeira. Maiores destaque para Analog Man, Hole In The Head, Carry The Weight e Koolaid.


The Sin And The Sentence, Trivium. É o disco que impacta logo de primeira. Assustadora a evolução desses caras. Talvez agora com um som menos pesado, mas muito mais encaixado, maduro, de maneira que já considero este o melhor trabalho da banda. Recomendo com todas as forças as ótimas Beyond Oblivion, Other Worlds e The Revanchist.


This Is The Sound, Cellar Darling. Anna Murphy de novo. Satisfação ver ela dando tão certo fora da sombra do Eluveitie, sua ex-banda. O que essa moça consegue fazer com a voz é sobrenatural demais, e talvez por isso This Is The Sound esteja nesta lista. Fire, Wind & Earth, Rebels e Hullaballoo são as que mais impressionam.


Tyhjyys, Wolfheart. Uma das minhas gratas descobertas do ano, Wolfheart é um melodeath cheio de calmarias súbitas em meio tempestuosas pratadas e guitarradas e vocal gutural. Vai dar muito certo com fãs de Insomnium e Amon Amarth. A faixa título e Call Of The Winter sem dúvida não foram feitas por seres humanos. Outro forte momento do álbum está com The Flood e Boneyard.

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